segunda-feira, 29 de março de 2010

Dez anos em dez minutos

Desde pequenos, aprendemos a admirar algo ou alguém. E dessa admiração surge a paixão e o amor. O sonho de uma criança é sempre mais profundo... A materialização do pensamento em fato é grandioso. Nesse conflito rotineiro da vida de todos nós, de transformar o sonho em realidade, a Escola de Samba Unidos da Ilha do Marduque acostumou-se a superar-se...e a mostrar a todos,que isso é possível. Sentimentos distantes, porém semelhantes.
AMOR e PAIXÃO
Amor é paz. Paixão é conflito.Amor é alegria, paixão é sofrimento.A paixão é cega, o amor aceita o que vê.Amor dá sonhos lindos, paixão não deixa a gente dormir. Amor liberta, paixão escraviza. Amor é aceitação.Paixão é idealização.Somos torcedores, apaixonados pela escola.Independente de tempo, lugar, situações ou pessoas.Ser torcedor é, antes de tudo, acreditar.É ter fé naquilo que imaginamos.É a crença em que tudo pode melhorar.Enfim, em 2001, o primeiro chá.Partiu da vontade de um grupo de amigos em ajudar ainda mais a escola.Um grupo preocupado com o conjunto superou seu ideal, e foi além de uma ala. Ao som do samba “ALUPO, MEU PAI-BARÁ”,“a comissão de frente da Ilha” surpreendeu na avenida, inovando e fazendo jus a nota dez dos jurados e conquistando a admiração do público.Com a venda de ingressos pessoas próximas à escola, a primeira edição do chá contou com cerca de cem pessoas. Somada a renda de rifas, o evento conseguiu fundos para custear duas alas da escola: a comissão de frente e a ala das baianas.Em 2002, a 2ª edição contou com mais fantasias e um público maior foi acompanhar o evento, que reuniu 300 pessoas. Nesse ano, além da ala sob a responsabilidade do grupo, novamente as baianas da escola tiveram uma atenção especial.Sempre contando com a participação da comunidade da Ilha a montagem de um carnaval conta com a união do grupo. Como exemplo, para esse desfile, as fantasias foram confeccionadas na residência do casal Dalmo e Rozália e supervisionadas por Edisnei Collazzo.
A partir de 2003, o evento já esperado pela comunidade ligada a azul e branco cresce ainda mais. Desta vez, comprovando esse crescimento, as dependências do centenário Clube Caixeiral ficam lotadas. Mais de 400 pessoas participam do chá.
Chega 2004. Um ano especial para a Ilha. O período em que se conseguiu a conclusão da obra da sede social, algo que há anos era esperado. O trabalho iniciado nas gestões anteriores foi concluído, tendo a ajuda de vários grupos, alinhando pessoas de diversas camadas sociais da cidade. A prova de que a Ilha, a partir de seu carnaval, reforçada com a tese que era necessária a participação de sua comunidade e com ela a implantação de um trabalho social forte, iniciava o projeto Ilha da Esperança, ainda sem nome, mas com a certeza de que uma semente estava sendo plantada.
Nesse momento, lembramos de Marino Mendes da Silva, um do pilares da escola em sua historia, a pessoa que refletia um pensamento único. O de tornar a escola um reflexo para Uruguaiana.Era a Ilha iniciando o trabalho em torno de um exemplo. Mão de obra voluntária e coletiva do grupo.Sempre acreditando na melhoria e no desenvolvimento de um povo carente.Mas ainda falta uma coisa a escola azul. O título de campeã ainda ecoa distante. Afinal de contas, o último brado gerado pela emoção de um campeonato conquistado ainda era o de 1998.
Em 2005, 2006 e 2007 quase deu. A escola crescia em tudo: conceito, grandiosidade, reconhecimento, apelo popular. Um Projeto Social alinhado a um carnaval de qualidade e garra, geravam ainda questionamentos. A razão, ainda desconhecida suscitava uma reflexão: “Ainda falta algo”. O desejo incontido de ser campeã ainda lateja no semblante dos integrantes da Ilha. Era só questão de tempo.
Em 2008, a grande surpresa. Quando ninguém mais acreditava, após deslizes e tropeços; a garra, força, orgulho, vontade e a superação de todos os integrantes da escola se mostraram decisivas para a conquista de um sonho do tamanho da sensibilidade de uma criança. A mesma criança que um dia quis alcançar sua meta.
Esse sonho chegou em 2008, a conquista do campeonato, já acompanhado de um irmão gêmeo no ano seguinte. Acreditar sempre! Ajudar sempre! Desistir jamais!O bi era real. Consistente e reconhecido. Este ano, novamente com superação a Ilha conseguiu seu vice-campeonato.Dificuldades foram superadas, barreiras transpostas, uma superação atrás da outra.A prova de que caminho sem pedras é para comuns. Somos verdadeiros. Somos idealistas. Somos apaixonados pela escola que leva no seu nome a nomenclatura de sua comunidade. Sempre disposta e pronta para o trabalho.
Um grupo que prova, acima de tudo, estar sempre unido, independente de tempo, lugar ou situações. Um grupo que lembra com carinho, a ausência de nomes que estarão sempre conosco, participando do jeito deles de nossas ações. Marino Mendes da Silva, Mary Barcellos Fanti e Fátima Sommer estão nesse momento aqui, entre nós, testemunhando mais um sucesso do chá que iniciou há dez anos, sempre com o material doado pelos próprios integrantes do grupo, que teima em mostrar, que é possível realizar. Basta para isso, duas palavras que sintetizam esse sentimento pela Ilha. Amor e Paixão.