terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Buracos nas calçadas centrais viram armadilhas para pedestres

Aposentado sofreu lesão
Os buracos no passeio público, causados pela ação de vândalos e até pelo desgaste do uso contínuo, geram as primeiras vítimas, principalmente na área central de Uruguaiana. No Calçadão, dois dos três buracos existentes já causaram acidentes graves em transeuntes. Há menos de um mês, uma abertura de aproximadamente 20 centímetros, por onde passa a fiação subterrânea, engoliu o pé de uma mulher com pouco mais de 30 anos. O segurança da loja próxima ao buraco disse que ela fraturou o tornozelo. Para evitar novas vítimas, ele improvisou uma tampa de concreto para o bu raco. A cerca de 40 metros dali, na esquina do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), o acidente foi mais grave quando no sábado da semana retrasada, outra mulher, aparentando 35 anos, caiu num buraco maior. Testemunhas disseram que ela perdeu o equilíbrio e caiu para frente com o pé ainda preso no buraco o que resultou em fratura da tíbia. Comerciária que viu o acidente relatou que a vítima chorava e gritava de dor e teve de ser socorrida pelos Bombeiros. Durante os cerca de 20 minutos em que nossa reportagem permaneceu no local, mais duas pessoas apareceram para relatar mais dois acidentes em buracos. O aposentado Edmundo Wruck, 69 anos, caíra num buraco em abril do ano passado, no trecho entre o Banco do Brasil e a Câmara Municipal de Uruguaiana. “Foi bem na cara dos vereadores. Eu caí e tive os tendões do joelho esquerdo rompidos”, relatou o aposentado que até hoje anda de bengala. A professora aposentada Lídia Bolson também contou como foi surpreendida por uma dessas armadilhas. Há dois anos, lajotas do Calçadão cederam e ela ficou com o pé entalado no buraco vindo a cair de joelhos. “Resultado, fraturei o tornozelo e fiquei 45 dias engessada”, recorda a professora. Ontem à tarde, o secretário municipal de Obras e Viação, Eloy Trojan, disse que tem conhecimento da existência de buracos no centro da cidade, mas esclareceu que a Prefeitura não tem mais responsabilidade direta para a solução do problema. “Alteração numa lei antiga, passou a responsabilidade ao dono do imóvel a quem cabe as providências dentro do perímetro de calçada de sua moradia ou empresa”, enfatizou Trojan. “Antigamente, a Prefeitura consertava e acrescentava as despesas na conta do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)”, relata o secretário. Atualmente, segundo ele, mesmo que o dono do imóvel faça o conserto, o valor referente às despesas não será descontando da conta do mesmo imposto. Trojan informa que mesmo assim, enviará a fiscalização a esses locais. O secretário informa ainda, que a Prefeitura dispõe de lajotas usadas para preencherem os buracos, à disposição de quem desejar realizar a colocação novamente.


Fonte: Diário da Fronteira, 25.01.2011 - Reportagem Cezar Fanti