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| Frederico, Sperotto e Rocha: protesto de arrozeiros hoje |
Mais de cinco mil produtores de arroz do Rio Grande do Sul e de Santa Catariba são esperados nesta terça-feira (17), em Uruguaiana, para a realização de audiência pública conjunta da Assembleia Legislativa e da Câmara de Vereadores, além da mobilização do movimento "Te Mexe Arrozeiro", que tem o objetivo de pressionar o governo federal em relação aos problemas enfrentados pelo setor orizícola. Entre as preocupações estão as dificuldades de comercialização do arroz nacional, o endividamento e a competição desleal com outros países do Mercosul.
Nos últimos dias, foram realizadas mobilizações em vários municípios produtores de arroz, como Itaqui, Alegrete, Pelotas e Camaquã. Neste final de semana, em Dom Pedrito, os produtores que estão acampados desde a semana passsada às margens da BR-293, realizaram uma tratorata pelas principais ruas do município. De acordo com o vice-prefeito e produtor Gilberto Raguzzoni, o movimento visa a despertar atenção aos graves problemas enfrentados pelo produtor com a política do preço baixo do arroz mercado.
O protesto em Uruguaiana esta previsto para começar às 10h com a realização da audiência pública da Comissão. Às 12h30min, está prevista uma assembleia geral de produtores. "Vamos manter a mobilização de toda a classe arrozeira até o governo Federal sentar na mesa e apresentar uma solução para a lavoura arrozeira. A crise é sem precedentes", destacou o deputado Frederico Antunes (PP), autor do pedido de audiência. Frederico, que também estará representando o Parlamento na reunião, ressaltou que atualmente, o preço mínimo oficial do saco de 50 quilos é de R$ 25,80, mas os orizicultores vem recebendo só R$ 19,00. "Isso não pode ficar mais tembo assim. A lavoura orizícola está insustentável. Não há como se pagar os compromissos financeiros já assumidos", finalizou.
Até agora, os produtores de aroz só conseguiram a prorrogação de 100% dos Empréstimos do Governo Federal (EGF), relativos a safra de 2010 e a concessão de um novo prazo de adesão ao Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável. Já as principais reivindicações apresentadas até agora estão sem resposta, como o estabelecimento do preço-meta.
O presidente da Federarroz, Renato Rocha, que esteve reunido durante o final de semana com o deputado Frederico Antunes, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto e lideranças do setor, defende retaliações comerciais mais duras aos países do Mercosul, das que foram impostas até agora pelo governo brasileiro à Argentina. "É urgente e necessária a inclusão do arroz nessa lista de produtos retaliados pelo Brasil", protestou. Frederico, Sperotto e Renato Rocha esperam que a mobilização de Uruguaiana sensibilize a presidente Dilma a levando a marcar uma data para encontro com o setor e apresentação de soluções para a cadeia orizícola.
