domingo, 10 de julho de 2011

Números apontam crescimento tímido

A Receita Federal apresentou neste final de semana o relatório consolidado da movimentação do primeiro semestre de 2011 do Porto Seco Rodoferroviário de Uruguaiana. Conforme os resultados apontados, os negócios entre os países do Mercosul somaram 4,24 bilhões de dólares, o equivalente a R$ 6,65 bilhões. O valor representa um crescimento de 10,4%.
Do total apurado de janeiro a junho deste ano, 2,72 bilhões de dólares foram realizados pelas exportações e 1,52 bilhão de dólares por meio das importações. Uma frota de 102.984 caminhões fez a travessia da Ponte Internacional, que liga Uruguaiana a Paso de los Libres, transportando 1,6 milhões de toneladas de produtos, números que se mantiveram estáveis em relação a 2010. Porém, houve recuo de 50,4% no transporte ferroviário, com total de 5.435 vagões e contêineres. Os despachos aduaneiros também ficaram praticamente estáveis com 68.004 desembaraços, sendo 48.023 por exportações e os demais por importações.
O presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio Grande do Sul, Lauri Kotz, diz que o desempenho moderado em relação ao que a categoria esperava deve ser creditado à inabilidade dos governos do Brasil e da Argentina, que nos últimos seis meses discutiram muito e solucionaram pouco ou quase nada das relações comerciais entre principais parceiros do bloco. As retaliações, a dificuldade gerada pelas licenças prévias de importação e a inexistência de diálogo desenharam os números, que estão distantes dos ideais. Além disso, há o descompasso de um real supervalorizado e do peso argentino com uma das cotações mais baixas da história, acrescenta. Kotz lembra o recente discurso da presidente Dilma Rousseff, em Assunção, no Paraguai, quando sustentou que as relações comerciais externas têm reflexo direto no avanço social e econômico de cada nação. A política interna somente vai bem quando os negócios internacionais acompanham as necessidades dos povos que hoje dividem as escassas conquistas e os expressivos retrocessos, concluiu.



Fonte: Correio do Povo, domingo (10.07.2011)