sábado, 1 de agosto de 2009

Uma cidade sitiada pelo medo

- Da redação -

Desde o início da onda de frio mais intenso e do crescente número de casos fatais registrados em decorrência do vírus H1N1, Uruguaiana mudou sua fisionomia por completo. Até mesmo o taxista incorporou como item de seu uniforme o uso da máscara. A justiça também se tornou impotente diante da epidemia. Alterações na rotina da Comarca foram determinadas. A espera pelas audiências será realizada a partir de agora do lado de fora do foro.

Há restrições na entrada em bancos. Clientes formam filas na área externa das agências. 15 pessoas por vez têm acesso aos serviços e ganham máscaras de proteção. O atendimento foi estendido em 2h. Medidas semelhantes estão sendo adotadas nos supermercados. Os funcionários usarão máscaras com carvão ativado. Entre tantos problemas, uma boa notícia. Para dar velocidade no atendimento, as empresas estão contratando mais funcionários. Só nesta rede serão contratados cerca de 100 novos empregados.

No âmbito religioso alterações foram definidas para a celebração de seus cultos. Missas em capelas menores foram descartadas. Nas Igrejas-matrizes as celebrações são mais curtas e os horários alternados para que o risco de contágio seja menor.

O prefeito acredita que a população ficará menos exposta à circulação do vírus. Na contramão dessa decisão, as creches municipais, apesar de não estarem funcionando, continuarão servindo refeições às crianças. O decreto municipal proíbe a realização de eventos públicos, como sessões de cinema, festas, formaturas e cultos religiosos por tempo indeterminado, o que gerou protestos de empresários e membros de igrejas evangélicas. Pelo menos nas próximas duas semanas todos os eventos programados em Uruguaiana estão suspensos.

Porém, o receio do contágio continua crescendo, atingindo até mesmo os seguranças que realizam diariamente o transporte de valores. O vírus hoje mete mais medo do que os próprios delinqüentes.