Pesquisa inova e reúne, em Uruguaiana, pessoas para análise de programas de propaganda política eleitoral em hotel da cidade. O procedimento visou levantar dados suficientes para que haja a melhoria no direcionamento do horário de televisão em nível regional. As pessoas são escolhidas através de padrões de pesquisa ainda na rua e convidadas para uma avaliação dos programas em um recinto fechado, durante a exibição do horário eleitoral obrigatório, à noite. Durante os programas dos três principais candidatos ao Governo do Estado, os entrevistados são questionados sobre a abrangência das mensagens. Questões sobre a avaliação da qualidade dos programas, perfil dos candidatos e possíveis alterações na montagem das exibições foram itens salientados pelos profissionais responsáveis pelas pesquisas. O levantamento de dados durou três dias. A cada um deles, dez pessoas participavam da atividade. Ao final da pesquisa, as pessoas convidadas recebiam uma ajuda de custo.
De acordo com a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o horário eleitoral é essencial principalmente para aqueles que ainda não decidiram em quem votar. “É um elemento fundamental de formação de opinião (…) E vem sendo cada vez mais assistido pelos eleitores”, diz.
Além de ajudar os indecisos, a propaganda política também dita o ritmo e o tom das campanhas. “Por meio do programa eleitoral, os partidos repensam as estratégias de marketing e mudam as agendas. Por exemplo, se um programa de um candidato traz um fato novo ou uma proposta nova, isso vai afetar a agenda dos outros candidatos”, afirma. Para a cientista política, este ano o horário na televisão e no rádio deverá ser ainda mais importante nas eleições presidenciais. “Quanto maior o grau de competitividade, maior a influência do programa eleitoral para desempatar”, diz.
Da editoria - Everaldo Jacques - 14/Setembro/2010