domingo, 6 de dezembro de 2009

Apesar das chuvas, Califórnia da Canção mostra força na sua retomada



Apesar do atraso da realização da grande final, festival retorna com músicas que confirmam a importância de sua realização.
A retomada de uma das marcas registradas do tradicionalismo gaúcho, berço dos festivais de música nativa do Rio Grande do Sul, foi preenchida pela participação de várias gerações de intérpretes e compositores.
Nomes do tempo em que a Califórnia da Canção Nativa marcava época, como Marco Aurélio Vasconcellos; passando por Pirisca Grecco, que dá uma nova roupagem à musicalidade gaúcha, chegando a expoentes que sequer eram nascidos a menos de uma década, como Duda Furacão, o festival continua ditando regras e moldando com suas características as tendências da cultura do Rio Grande. Para mim o que vier tá bom, né? Eu só penso em estar aqui e estar aqui, participar de festivais como a Califórnia, que está a 36 anos na Cultura Rio Grandense é um orgulho muito grande e uma responsabilidade enorme, declarou Duda Furacão, intérprete de 9 anos.
A chuva foi a presença inesperada durante a 36ª. Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul. A noite de sábado, da grande final, acabou sendo realizada no domingo à tarde. Mas a transferência não tirou o brilho do mais tradicional festival de música nativa do Estado. "Mas a verdade é que a Califórnia está ai, está de volta, está com força total", disse o Presidente da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul, Julio César Benitez Teixeira.
E o compasso da trilha que levou a Calhandra de Ouro, prêmio máximo do Festival, coube a quem tinha na identidade a genética ligada à casa e a experiência de ter dividido o palco com nomes que viraram legendas do tradicionalismo, como ele próprio. Marco Aurélio Vasconcellos, que dividiu com Demétrio Xavier, a autoria da toada que levou a maioria dos prêmios, retornou à Fronteira para se consagrar mais uma vez no Festival do Festivais. A Sanga do Pedro Lira ficou com os prêmios de melhor arranjo, melodia, letra, Manifestação Rio Grandense e canção da 36ª. Califórnia da Canção. "Foi a maior emoção que senti na minha vida, não apenas pela quantidade de prêmios que recebi aqui hoje, mas pelo carinho maravilhoso que me tem fornecido o público de Uruguaiana, explica Marco Aurélio Vasconcellos, vencedor da Calhandra de Ouro da 36ª. Califórnia da Canção.
Enquanto o Festival busca retomar sua maior característica que é a de produzir valores culturais, Marco Aurélio Vasconcellos continua com a sina de produzir uma musicalidade que vira marca registrada entre os gaúchos. Tal qual sua mais nova cria A Sanga do Pedro Lira.