O final de semana frio na fronteira não foi obstáculo para os ciclistas que cumpriram um trajeto de 20 km entre o porto da cidade uruguaia de Bella Unión e a brasileira barra do quarai, onde está instalado o parque estadual do Espinilho, único ponto no Brasil onde existe a vegetação tipo savana parque. Organizações não governamentais do Brasil, da Argentina e do Uruguai buscaram com a atividade chamar a atenção para a falta de estrutura disponível neste ponto de preservação ambiental.
De acordo com os especialistas o plano de manejo ambiental da área ainda não foi publicado no diário oficial, mesmo estando concluído desde março do ano passado. Além disso, uma única bióloga é a responsável pela administração da área de mais de 1,6 mil hectares, o que torna ainda mais difícil o cumprimento de atividades básicas como trilhas demarcadas, o que impede a abertura ao público.
Além disso, o parque não tem vigilância patrimonial, guarda-parque, telefone instalado e setor administrativo. A falta de fiscalização favorece que pescadores, abigeatários e caçadores invadam e depredem o parque.
"Na fronteira de três países, ambientalistas do Brasil, da Argentina e do Uruguai, buscam juntos a preservação de uma área que só existe por aqui".
Os ecologistas querem com isso, dar o início para o processo de criação de um parque Trinacional, na tentativa de coibir a degradação da vegetação existente na fronteira. A importância desta área é de referência internacional, pois é a única no Brasil que contem as espécies do algarrobo e do inhanduvay.
Apesar de entraves econômicos, o Mercosul teima em existir na área ambiental, com as comunidades de fronteira se integrando com o objetivo único de preservar as suas riquezas naturais.