A busca por um padrão de excelência no combate a pirataria, enfrentar o crime organizado e montar uma estratégia para a união de esforços com as autoridades públicas foram os eixos principais do encontro realizado durante toda a quarta-feira, junto ao auditório da Receita Federal, em Uruguaiana. Durante a programação, técnicos de inúmeras entidades, institutos e empresas ligadas ao combate à pirataria e à defesa da propriedade intelectual traçaram a realidade do prejuízo que o país acumula anualmente com o crescimento da ilegalidade. “A cada ano o Brasil acumula um prejuízo absurdo”, explicou o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Defesa da Competitividade (IBL), Edson Luiz Vismona, um dos palestrantes do evento, que contou com a presença de inúmeras autoridades policiais e servidores da Receita Federal em áreas de fronteira.
Vismona evidenciou que o Brasil perde cerca de R$ 40 bilhões por ano em arrecadação de impostos com os produtos ilegais que entram através das fronteiras ao serem revendidos nos mais diversos pontos de comercialização informal. Além dessa fatia de recursos que é perdida, Vismona ainda expõe que drogas, medicamentos falsificados e armamentos estão sempre inseridos no contexto da comercialização de produtos que ingressam no país de forma ilegal. Entre os principais produtos mais falsificados na atualidade estão DVDS e CDS, roupas, relógios, óculos, tênis, games e softwares, além de perfumes.
Conhecedor como poucos da situação, Vismona sabe do problema social que se cria no momento em que se aumenta a fiscalização do comércio de produtos falsificados. Segundo ele, é necessário redirecionar a visão de negócios dos pequenos empreendedores. “Temos que incentivar a adequação dos vendedores informais na legislação pertinente para que seja mantido o atendimento às classes C, D e E, responsáveis hoje por um grande fluxo de renda na economia do país”, acrescentou. “O vendedor pode comercializar produtos com qualidade e adequado ao público que se destina, sendo, desta forma legal”, classifica. “Com isso, sem enganar o consumidor que, por usar uma marca falsa está, por conseqüência, também se enganando”, completa.
O evento desta quarta-feira contou com a participação de integrantes do Fórum Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos; do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade; da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos; do Instituto Nacional de Propriedade Industrial; do Instituto do Capital Intelectual; do Sindicato da Indústria de Parafusos, Porcas, Rebites e Similares no Estado de São Paulo, além de membros da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Eventos como o realizado em Uruguaiana são desenvolvidos durante o ano em todos os principais pontos estratégicos do país, dentro do programa “Diálogo com Autoridades Públicas”. A meta dos envolvidos no programa é aumentar a fiscalização e a punição aos vendedores de produtos falsificados.
Legenda da foto: Pedro Zardo (Instituto do Capital Intelectual da Colgate); Edson Vismona (Movimento Brasil Legal); Jorge Luiz Hergessel, delegado da RF, em Uruguaiana; Igor de Araújo, do Fórum Nacional contra Pirataria e a Ilegalidade (ADIDAS/Reebok); Carolina Marchesin Cover, do Departamento de Defesa Comercial da FIESP; e Flávio Meirelles do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (IMEPPI).