Quando Gislaine Pereira, de 43 anos, monitora da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul, acolheu o primeiro cachorro vira-lata, nas imediações do Case Uruguaiana, ninguém poderia imaginar que em dois anos ela estaria abrigando 32 cães. O pequeno canil, montado em área da fundação, às margens da BR 472, aos poucos foi ganhando novos moradores. Gislaine foi orientada a deixar o espaço ocupado inicialmente e obrigou-se a alugar um pequeno sítio a 8 quilômetros do centro da cidade, ao custo de R$ 460,00 mensais. Também montou a estrutura mínima para receber os animais, além de arcar com a compra de 18 pacotes de ração de 25 quilos cada. O volume representa uma despesa de R$ 1,1 mil. Tudo somado, ao final do mês, consome a maior parte de seu salário.
Gislaine não lamenta, mas precisa de apoio. Castração, medicamentos eventuais e gastos acessórios fogem ao controle de quem tem orgulho de conhecer de cor o nome dos 32 cães e identificar o comportamento da Branca, Pinta, Bebel, Kim, Keite, Tibe e dos demais. "Sempre gostei, mas nunca pensei que chegaria a ter tantos de uma só vez", explica. Ela não pensa em fazer feirinhas e doações que, na maioria, não resultam em bem-estar aos animais. Sobre o retorno que teria em zelar pelos cachorros, Gislaine sorri e diz: "Afeto, uma verdadeira terapia que me conforta e dá força para concluir um plantão de 12 horas e encontrar essas 32 figuras que dependem de mim como hoje dependo da presença e do carinho deles". Para entrar em contato com Gislaine e prestar apoio, o telefone é (55) 9166-7665.
Matéria publicada na edição deste domingo do Jornal Correio do Povo.
Matéria publicada na edição deste domingo do Jornal Correio do Povo.
