A partir do dia 13 de outubro, o CineSesc promove exibições de filmes em Uruguaiana. A atividade, que integra o Arte Sesc – Cultura por toda parte, abre com a produção “A Fraternidade é Vermelha”. Já no dia 14, será a vez de conferir “A Igualdade é Branca”. A Mostra Trilogia das Cores encerra com “A Liberdade é Azul”, no dia 15. As apresentações acontecem sempre às 19h, no Sesc Uruguaiana (rua Flores da Cunha, 1984). A atividade tem entrada franca. “A Liberdade é Azul” relata a história de Julie que acorda em um hospital após um acidente descobre que o marido e a filha morreram. Desesperada, procura se desfazer de tudo que a lembre do passado. É o primeiro filme da trilogia do diretor Krzysztof Kieslowski inspirada nos ideais da Revolução Francesa.
“A Igualdade é Branca” trata-se do segundo filme da trilogia. A produção mostra a difícil relação de um casal - ele é polonês, ela francesa - serve de argumento para o filme discutir o ideal de igualdade entre as pessoas. Em “A Fraternidade é Vermelha”, Valentine atropela uma cadelinha quando voltava para casa. Seu encontro com o dono do animal, um juiz que vive isolado, provoca questionamentos em ambos.
Sobre a “Mostra Trilogia das Cores” – A “Mostra Trilogia das Cores” é inspirada nas cores da bandeira da França e também nos lemas da Revolução Francesa, a sua trilogia podia ser vista como um ensaio, um reflexo da visão pessoal do cineasta polonês com relação aos processos da unificação européia da época, tanto econômica quanto política. Por isso, deve ser vista na íntegra, e na sequência original, em que, como uma peça em três atos aparentemente distintos, mas que se complementam no fim. Os três filmes apresentam personagens que protagonizam cada um dos filmes individualmente, mas interagem ao longo da trilogia, até o final arrebatador, em que serão reunidos por conta de uma tragédia com implicações simbólicas e até mesmo como metáfora da situação política da Europa refletida pela ótica do próprio Kieslowski. Diretor de dramas pesados e intimistas, Kieslowski adotou uma nova filosofia a partir do "Decálogo" no final dos anos 80, e a sua trilogia de cores representa o amadurecimento de seu cinema, a combinação de poesia e sensibilidade e o uso de personagens comuns como símbolos universais. Cada núcleo de história é diferente dos demais, abrangendo os lemas um de cada vez e de forma individualizada. Assim, "A Liberdade é Azul", "A Igualdade é Branca" e "A Fraternidade é Vermelha", mas na visão do maior cineasta polonês desde Polanski, tudo isso ganha um sentido mais abrangente.