Apesar do atraso da realização da grande final, festival retorna com músicas que confirmam a importância de sua realização.A retomada de uma das marcas registradas do tradicionalismo gaúcho, berço dos festivais de música nativa do Rio Grande do Sul, foi preenchida pela participação de várias gerações de intérpretes e compositores.Nomes do tempo em que a Califórnia da Canção Nativa marcava época, como Marco Aurélio Vasconcellos; passando por Pirisca Grecco, que dá uma nova roupagem à musicalidade gaúcha, chegando a expoentes que sequer eram nascidos a menos de uma década, como Duda Furacão, o festival continua ditando regras e moldando com suas características as tendências da cultura do Rio Grande. Para mim o que vier tá bom, né? Eu só penso em estar aqui e estar aqui, participar de festivais como a Califórnia, que está a 36 anos na Cultura Rio Grandense é um orgulho muito grande e uma responsabilidade enorme, declarou Duda Furacão, intérprete de 9 anos.A chuva foi a presença inesperada durante a 36ª. Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul. A noite de sábado, da grande final, acabou sendo realizada no domingo à tarde. Mas a transferência não tirou o brilho do mais tradicional festival de música nativa do Estado. "Mas a verdade é que a Califórnia está ai, está de volta, está com força total", disse o Presidente da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul, Julio César Benitez Teixeira.E o compasso da trilha que levou a Calhandra de Ouro, prêmio máximo do Festival, coube a quem tinha na identidade a genética ligada à casa e a experiência de ter dividido o palco com nomes que viraram legendas do tradicionalismo, como ele próprio. Marco Aurélio Vasconcellos, que dividiu com Demétrio Xavier, a autoria da toada que levou a maioria dos prêmios, retornou à Fronteira para se consagrar mais uma vez no Festival do Festivais. A Sanga do Pedro Lira ficou com os prêmios de melhor arranjo, melodia, letra, Manifestação Rio Grandense e canção da 36ª. Califórnia da Canção. "Foi a maior emoção que senti na minha vida, não apenas pela quantidade de prêmios que recebi aqui hoje, mas pelo carinho maravilhoso que me tem fornecido o público de Uruguaiana, explica Marco Aurélio Vasconcellos, vencedor da Calhandra de Ouro da 36ª. Califórnia da Canção.Enquanto o Festival busca retomar sua maior característica que é a de produzir valores culturais, Marco Aurélio Vasconcellos continua com a sina de produzir uma musicalidade que vira marca registrada entre os gaúchos. Tal qual sua mais nova cria A Sanga do Pedro Lira.